Sexta-feira Cinzenta

Era mais uma sexta-feira como outra qualquer. Quer dizer, esta era cinza, um pouco pacato demais. Do ônibus olho pela janela... Lembro-me de minha colega dizendo que costumar pensar muito quando olha através da mesma. Eu sinceramente não tenho tido muito tempo para pensar... Como assim? Sei lá... Simplismente não flui. Os pensamentos vão se escoando por outras vias. Meu ócio criativo... Ah... O ócio criativo... Momento de extasy e masturbação mental. Um estalo e "pimba" estou criando algo interessante... E agora? Meu ócio me abandonou. Voltamos às atividades. A construção do meu futuro por assim dizer, mas eu acho que eu estava falando sobre uma sexta-feira... Ah... sim! A sexta-feira cinzenta, olhei para a janela a esmo, não procurava nada em especial, por um momento consegui limpar minha cabeça, ausentar-me de pensamentos "vazios", quando vi algo que me chamou a atenção... Como não dava para ouvir o que acontecia devido aos constantes barulho dos automóveis me contentei em somente o observar. Do lado de fora 2 mulheres com aparência distinta conversavam com um menino de rua, achei meio estranho continuei a observar, a criança estava de costas não dava para saber o que exatamente acontecia até que ele se virou e pressionando suas pequenas mãos contra o rosto enxugava suas lágrimas, mas porque o choro? Pensei... Não que ele já não tivesse motivos o suficiente para chorar, lógico... Viver nas ruas não deve ser como uma passeio no parque. Então voltando minha atenção para a cena vi que as mulheres se aproximaram de uma barraca de cachorro-quente, o menino às seguiu, elas apontavam para os salgados expostos e o menino balançava sua cabeça tímidamente gesticulando positividade enquanto enxugava suas lágrimas. Então concluí, fome! Além disto pensando de modo mais abrangente, lembro-me vagamente de palavras volúveis e sem verdade de políticos mercenários que em épocas de eleição "vira e mexi" falam que as crianças são o futuro do nosso país. Agora voltamos um pouco e pensamos quais crianças? Aquela que estava na rua chorando com fome e pedindo esmola? Ou filho deles que freqüenta escola particular e sai com os amiguinhos no fim de semana para a casa na praia? "Dai dizem, "grandes coisas", você fala o que nós já sabemos..." Sabem mas parecem que se fingem de bestas então. Não sou nenhum super-herói muito menos o moralista salvador da pátria, simplesmente um alguém que pensa (ou pelo menos tenta) de maneira crítica... Bem eu não vou salvar o mundo, mas pelo menos irei fazer a minha parte.

5 comentários:

Guto Amorim disse...

Importante mesmo foi identificar o ponto crítico da situação! Melhor ainda é "fazer a parte" de verdade!

PS - Seu primeiro adjetivo também foi seu primeiro post. Excelente.

Unknown disse...

Muito bom o post! Muito mesmo!
Se ao menos um número consideravel de pessoas pensasem da mesma forma que você, minhas esperanças aumentariam!

=/

Anônimo disse...

"estou criando algo interessante..." como és hulmilde...

"Bem eu não vou salvar o mundo, mas pelo menos irei fazer a minha parte."

E o q v fez? deixa eu advinha: nada!


a abordagem foi interessante, creio q dos 3 sejas o mais "cogitante"(se é q me permitem o trocadilho), todavia sua narrativa e conclusões é um via expressa paralela a estrada que leva ao "lugar comum".
Ligue o pisca, pare no acostamento e siga pela contra-mão, porquê essa estrada "num dá reggae naum".

Anônimo disse...

perdão pelo erros de concordância. acrescentei ítens e esqueci de fazer a revisão...

Luã Vaz disse...

não precisava falar em anônimo, desde que sua critica tenha fundamento é sempre aceitável.

Realmente agora percebo meu erro, e desde já reafirmo ser virtualmente impossível dizer que "fazer é mais fácil que falar", realmente a partir agora tentarei falar menos do problema e procurar a solução... Pelo menos a mais viável.