Se Assuma, Ser Negão é Massa

Negro, preto, afro-descendente, mulato, crioulo, etc, etc, etc. Inúmeras são as variações determinadas para se referir aos indivíduos desta etnia. Dizem que chamar de preto é racismo. Falam que chamar de negro é perigoso. Mulato, só se for mulher, pois passou a virar elogio de cor. A moda é ser afro-descendente, e cuidado, pois se não respeitar, teje preso.

Dizem que os brancos são racistas. Dizem que os afro-descendentes são racistas. Dizem que os ricos são racistas, que a televisão é racista, que os comerciais são racistas, que o big-brother só coloca um dupla de afros para não dizer que são racistas, dizem que os entrevistadores de RH são racistas, já disseram até que Lima Barreto, nego-do-cabelo-duro, era racista em seus escritos.

Para mim, racista é todo aquele ser que prioriza definir nomenclaturas étnicas. O próprio negro se inclui nisso quando não aceita sua cor. Insistem (não todos) em ser chamados de afro-descendentes. Temos brancos, porque não podemos ter pretos? Negro é uma palavra forte, por quê? Não dói chamar alguém de branco, chamar alguém de índio, chamar alguém de chinês. Será diferente chamar alguém de preto ou negro ou afro?

Racista somos nós, quando achamos necessário escolher entre negro, preto, afro ou sei-lá-o-quê, pois então determinará ou não discriminado. Somos todos iguais, todos nós sabemos disso, mas insistimos em classificar humanos por cor, país, gosto musical e tantas coisas afora.

O racismo nunca acabará enquanto nós não eliminarmos essa inutilidade classificatória da nossa alma. Se queremos igualdade, então sejamos assim sempre. Crime não é chamar alguém de preto, é tentar disfarçar características naturais. Ser preto não é e nunca foi vergonha. De repente, teremos que consultar um dicionário para se referir a algúem. Racismo é isso, rumar em caminho às "diferentes igualdades". Rumemos à igualdade plena, em que ninguém será ofendido por seu referido nome.

Viva o orgulho negro, viva o orgulho louco, viva o orgulho de ser o que é, viva o que eu quero ser, viva a não padronização da humanidade, viva a liberdade.

3 comentários:

Larissa Reis disse...

As melhores produções
podem sair de conversas despretensiosas ao redor de uma mesa..e olhe que não foi na mesa de um bar! rsrsrsrs
E o café filosófico da tarde lhe rendeu um texto muito pertinente em tempos os quais cotas são para negros enquanto deveriam ser para todos os pobres, e nem o humor pode ser negro!

Mto bom!!!

beijooo

Juniupaulo disse...

É issoaí! Viva! E rumemos!

Luã Vaz disse...

quantos vivas!! VIVA!!!

Viva a eu pode ser o unico moreno provocante da cor do pecado, puro diamante negro achocolatado com gostinho de café com leite!

o/