Hoje é dia de eleição


Antes que isso pareça um discurso de uma jovem, militante, politicamente alienada, quero externar aqui a minha posição apolítica declarada. Sem atestar ignorância com isso, é claro. Após algum período sem parar para postar, continuamos pensando... E eu continuo pensando que o dever cívico não deveria ser uma obrigação.

O direito de escolha é comprometido quando não se tem a opção de não escolher, ou, de apenas escolher não escolher, entende? Pois é assim que a democracia funciona na Terra Brazilis, como essa falta de palavras para substituir as redundâncias.

"Ruim com eles, pior sem eles", dizem os anciãos num tom meio conformista, cansado de guerra. Mas ainda existem aqueles que dizem "Domingo é dia de eleição, pessoal!", "É pra votar com a cabeça!", " Não estou aqui para fazer campanha não, hein?", "Mas como jovens, e futuro desse país, façam a escolha certa!"... Tudo isso com um adesivo estampado no peito... Estes se dizem tão politizados que acabam proferindo o mesmo discurso imperativo tendencioso dos seus candidatos.
Os tempos são outros, a geração é do presente, não se lembra do passado e não enxerga um futuro. Não dá mais para cobrar dela uma decisão que, qualquer que seja, nunca vai ser a melhor. A política, por sua vez, perdeu a sua pólis, a estrutura sólida formada pelos que confiavam, lutavam e tomavam partido(apesar de achar que essa instituição concreta nunca existiu). Agora, estamos sem saída mais uma vez. O voto é obrigatório, como sempre, mas não se sabe em quem votar. E não é por falta de candidato!

Hoje foi a minha primeira eleição. Eu não queria ir até à zona eleitoral, mas esse direito eu não tive. Me dirigi então à urna que me foi imposta nos rigores da lei, digitei os números que mais gosto, e anulei o meu voto, consciente. Eu sou egoísta mesmo! Podem dizer! O voto foi meu, não o dividi com ninguém e acho que isso também é uma escolha...Só não deveria ser imposta!

3 comentários:

Matt Carvalho disse...

Pois é Lari. Desta vez não optei pelo discurso velho de guerra ou o incentivador politizado, fiquei no "vote inconsciente". Penso que, consciente demais, não acharia nunca em quem votar. Abraços!

Luã Vaz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luã Vaz disse...

Somos dois, mesmo que por livre e espontânea pressão, eu fui né!? Primeira vez, a emoção bateu ao ver aquela maquininha, digna de elogios lá fora, a tão sonhada tecnologia brasileira, tanto alvoroço para tão pouco, a emoção foi grande e o momento ínfimo, digitei uns números, um som irritante marcou o final, minha cara de "?" interrogação foi o mais marcante, enfim votei cedo e fiquei satisfeito por não ter perdido tanto tempo.